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Tribunais livram empresas do adicional de 10% do FGTS

Empresas conseguiram emplacar, em segunda instância, uma nova tese contra a cobrança do adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). É a terceira sobre o tema – em uma delas, os contribuintes foram derrotados no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisões são dos Tribunais Regionais Federais (TRFs) da 2ª e 5ª Regiões.

O adicional foi criado em 2001, por meio da Lei Complementar nº 110, para cobrir o rombo dos expurgos inflacionários dos planos Verão (1989) e Collor I (1990). Com o acréscimo, a multa rescisória paga em caso de demissão sem justa causa, incidente sobre o valor do FGTS depositado, passou de 40% para 50%. Em 2017, a arrecadação foi de R$ 5,2 bilhões.

A nova tese tem como base a Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de 2001. Pelo que estabelece a norma, segundo argumentam as empresas, o adicional de 10% do FGTS não poderia ser enquadrado como contribuição social.

A emenda afirma que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas tendo por base faturamento, receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. E, no caso do FGTS, a multa incide sobre o "montante de todos os depósitos devidos durante a vigência do contrato de trabalho".

A nova argumentação foi aceita pelo TRF da 5ª Região, em mandado de segurança (nº 0807214-32.2018.4.05.8300) julgado no mês de dezembro. No voto, o relator, desembargador Rubens Canuto, afirma que a situação, no caso, se refere a possível incompatibilidade constitucional das contribuições instituídas por lei, como é o caso da contribuição adicional ao FGTS, antes das modificações realizadas pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001.

Para Canuto, o adicional de 10% é inconstitucional. A legislação que o instituiu, a Lei Complementar nº 110, de junho de 2001, após a Emenda Constitucional nº 33, de dezembro do mesmo ano, passou a colidir "frontalmente" com o artigo 149 da Constituição Federal.

De acordo com o desembargador, com a emenda, ficaram revogadas as contribuições que incidem sobre outras bases de cálculo distintas das fixadas no artigo 149. O mesmo argumento foi aceito pela pelo TRF da 2ª Região no fim de 2017 (processo nº 0137232-69.2015.4.02.5001).

É a terceira tese que chega aos tribunais para tentar derrubar o adicional de 10% do FGTS. A primeira alegava inconstitucionalidades formais e materiais por não ser uma contribuição social. A argumentação, porém, foi derrubada pelos ministros do Supremo ADI 2556 e ADI 2568).

A segunda tese leva em conta a perda de finalidade da contribuição. A questão está na pauta do STF (RE 578313, ADI 5050, ADI 5.051 e ADI 5.053), mas prevalecem decisões contrárias aos contribuintes. Um dos processos em repercussão geral é da Intelbrás – Indústria de Telecomunicação Eletrônica Brasileira. A empresa defende que, desde janeiro de 2007, não haveria mais necessidade de cobrança.

De acordo com o advogado que atuou no caso analisado pelo TRF da 5ª Região, Pedro Amarante, do escritório Almeida e Barros Advogados, a nova tese é bem diferente das demais e tem chances de prosperar. Ele não acredita que a discussão passará pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo fato de as decisões de basearem em argumentos constitucionais. A questão (emenda constitucional) já está na pauta do STF, por meio de recurso (RE 603624) que discute contribuição destinada ao Sebrae.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pretende recorrer das decisões. Em nota ao Valor, a PGFN afirma que se houvesse a revogação do adicional de 10% pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001, ela teria sido observada no julgamento do STF em 2012. "Tivesse enxergado qualquer inconstitucionalidade (superveniente ou congênita), considerando a causa de pedir aberta do controle abstrato de constitucionalidade, a Suprema Corte poderia tê-la reconhecido", diz o órgão na nota.

No texto, a PGFN argumenta ainda que o artigo 149 da Constituição afirma que as contribuições sociais poderão ter aqueles fatos como base e não "deverão". Por isso, seria um rol exemplificativo e não taxativo. A jurisprudência acompanha esse entendimento, acrescenta o órgão, inclusive no TRF da 5ª Região

Tíquetes e cartões-alimentação estão fora da base de cálculo da contribuição previdenciária

O auxílio-alimentação pago mediante tíquetes-alimentação ou cartão-alimentação não integra a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias dos segurados empregados a cargo das empresas. Somente parcelas pagas em dinheiro deverão integrar a base de cálculo.

A decisão da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil foi confirmada por meio da Solução de Consulta N° 35, de 23 de Janeiro de 2019, publicada na data de hoje no Diário Oficial da União *(DOU de 25/01/2019 Seção I Pág. 09).

Solução de Consulta Cosit nº 35, de 23 de janeiro de 2019
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
EMENTA: ALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO EM PECÚNIA. INCIDÊNCIA.
A parcela paga em pecúnia aos segurados empregados a título de auxílio-alimentação integra a base de cálculo para fins de incidência das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
VINCULAÇÃO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 353, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO IN NATURA.
A parcela in natura do auxílio-alimentação, a que se refere o inciso III do art. 58 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, abrange tanto a cesta básica, quanto as refeições fornecidas pelo empregador aos seus empregados, e não integra a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
VINCULAÇÃO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 130, DE 1º DE JUNHO DE 2015.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PAGO EM TÍQUETES-ALIMENTAÇÃO OU CARTÃO ALIMENTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA.
A partir do dia 11 de novembro de 2017, o auxílio-alimentação pago mediante tíquetes-alimentação ou cartão-alimentação não integra a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
Dispositivos Legais: Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, art. 457, § 2º; Lei nº 8.212, de 1991, arts. 13, 20, 22, incisos I e II, e 28, inciso I, e § 9º; Lei nº 10.522, de 2002, art. 19, §§ 4º e 5º; Decreto nº 3.048, de 1999, art. 9º, inciso I, alínea “j”; Decreto nº 5, de 1991, art. 4º; Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009, art. 58, III; Pareceres PGFN/CRJ nº 2.117, de 2011, e nº 2.114, de 2011; Atos Declaratórios PGFN nº 3, de 2011, e nº 16, de 2011.
REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 288, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018.
Fonte: DOU de 25/01/2019, seção 1, página 9

Higiexpo chega à 26ª edição em São Paulo

A Higiexpo é a maior feira de produtos e serviços para higiene, limpeza e conservação da América Latina.

Higiexpo

 

Aberta nesta terça-feira (20) a  Higiexpo - maior feira de produtos e serviços para higiene, limpeza e conservação da América Latina. Em sua 26ª edição, a feira, que é realizada a cada dois anos, movimenta até a próxima quinta-feira (22), o Pavilhão 5 do São Paulo Expo. São muitos metros quadrados de exposição, numa infraestrutura moderna e localização privilegiada.

O evento reúne as principais tecnologias e lançamentos da limpeza profissional para shopping centers; condomínios (residenciais e comerciais); supermercados; hotéis; hospitais; varejo; bares e restaurantes; instituições financeiras; escolas e universidades; terminais aéreos, portuários e rodoviários; indústrias em geral; agronegócio; frigoríficos, entre outros. Na última Higiexpo, em  2017, foram mais de 13 mil visitantes .

A feira garante a oportunidade de ver e testar lançamentos em primeira mão por meio dos mais de 90 expositores. Conhecimento técnico de alta qualidade e atrações como Cursos Gratuitos, Desfile de Uniformes e EPI’s, Destaque Inovação, Congresso Higicon e a chance de fechar excelentes negócios!

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Brasília sediará reunião de executivos dos sindicatos de asseio e segurança

O XXXV Encontro dos Executivos dos Sindicatos de Empresas de Asseio e Segurança (Geasseg) será realizado entre os dias 18 e 19 de março na capital federal. Organizado pela Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) e Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), o evento reunirá os executivos, de diferentes estados, que se submeterão a uma intensa programação com o objetivo de melhorar as linhas de ação do grupo e, consequentemente, melhorar a qualificação profissional das entidades patronais.

Ação proativa da Febrac e da Fenavist, o Geasseg tem por finalidade a absorção de novos conhecimentos, prospecção de serviços e intercâmbio de informações e ideias, de forma a incrementar a capacidade gestora de prestação de serviços das entidades, viabilizando um aumento do associativismo e de receita sindical.
Fonte: Assessoria de Comunicação Febrac

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

CONVOCAÇÃO

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


Dando continuidade ao processo de negociação das Convenções Coletivas de Trabalho 2018/2019, ficam convocadas todas as Empresas Associadas para a Assembleia Geral Extraordinária (em aberto), que será realizada no próximo dia 06/08/2019 (terça-feira), às 16:00 hs, e em segunda e última convocação às 16:30 hs, na Sede Social do SEAC/BA:


Salvador, 30 de julho de 2019.


Atenciosamente,

Auro Ricardo Pisani
Presidente

Economistas criticam falta de clareza e de detalhamento nas propostas de Bolsonaro e Haddad

As propostas para economia dos dois candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), são bem diferentes em diversos pontos, mas igualmente vagas e com pouco detalhamento sobre os principais temas. Economistas ouvidos pelo G1 criticam a falta de clareza nos programas e apontam uma série de fragilidades, contradições e dúvidas sobre a viabilidade das propostas apresentadas.

Entre os temas mais urgentes que terão de ser enfrentados pelo próximo governo e que não foram detalhados mais a fundo pelos candidatos e suas equipes está o desequilíbrio das contas públicas, que deverão registrar no ano que vem seu 5º déficit anual consecutivo. O rombo em 2019 está projetado em R$ 139 bilhões.

Pouco foi explicado também sobre o que de fato poderá mudar na Previdência, nos impostos, nas estatais e nas concessões públicas. Foram apresentados apenas aspectos gerais e nenhum dos candidatos, nem suas equipes, deixou claro como a conta irá fechar, e o que será feito de fato para controlar os gastos públicos e garantir a retomada do crescimento econômico.

Há dúvidas também se Bolsonaro e Haddad vão conseguir formar maioria no Congresso diante da elevada fragmentação e, dessa forma, aprovar os projetos econômicos necessários.

Ao longo da disputa eleitoral, a campanha de Bolsonaro procurou adotar um discurso mais liberal para a economia (menor intervenção do Estado), enquanto a de Haddad usou um tom mais desenvolvimentista (maior intervenção do Estado).

Para explicar os principais desafios e diferenças das propostas dos candidatos o G1 entrevistou quatro economistas:

Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central

José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator

Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos

Veja a seguir as principais contradições, limitações e dúvidas apontadas pelos economistas em relação às propostas de Bolsonaro e Haddad para temas como contas públicas, Previdência, privatizações, impostos, mercado de trabalho e investimentos.

Conheça o cenário econômico que o futuro presidente encontrará

Contas públicas
Para os economistas, a despeito das diferenças ideológicas das candidaturas, nenhuma das propostas detalha com clareza o que será feito para reequilibras as contas públicas.

O programa de Bolsonaro fala em privatizações, cortes e desvinculação de gastos. Por outro lado, o candidato e Paulo Guedes, seu principal assessor da área, também têm mencionado cortes de impostos. O programa de Haddad fala em revisão das desonerações, combate a privilégios, fim do teto de gastos e aumento de arrecadação via crescimento econômico.

"São caminhos diferentes, mas terminam no mesmo lugar. A grande verdade é que não se discutiu nada a sério nesta eleição. Nem no primeiro, muito menos no segundo turno", afirma o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman.

"Eles são iguais na recusa a colocar em debate ou mesmo em divulgação qualquer esboço do que seria um programa econômico. O do Haddad pretende compatibilizar o programa do PT com alguma coisa mais em direção ao centro, enquanto que o do Bolsonaro é uma colcha de retalhos completa. E nisso eles também são semelhantes porque nenhum diz muito a que veio", diz o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

Os economistas criticam a proposta do PT de defender um acerto das contas públicas via crescimento econômico, o que poderia trazer mais arrecadação para o governo. "Precisa combinar com os russos", diz a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro.

"Tem um baita desequilíbrio fiscal, tem um nível de gasto elevadíssimo e o programa do PT fala em tirar o teto de gasto. Se tem uma coisa que está segurando isso daqui hoje é o teto de gastos", acrescenta Schwartsman.

A promessa de Bolsonaro de zerar o déficit primário já no primeiro ano de governo também soa como pouco crível para os economistas. "Não dá nem para encontrar lógica, porque não dá para cortar despesa [em 2019]. Teria que dar um choque de imposto fabuloso que iria jogar a economia numa recessão", afirma o economista-chefe do banco Fator.

Previdência
Com relação às mudanças para a Previdência Social, o programa de Bolsonaro fala em introduzir o regime de capitalização como alternativa ao modelo atual. Defende também aumentar a idade mínima de aposentadoria para o serviço público, mas com tratamento diferenciado para categorias como militares. Já o programa de Haddad propõe uma convergência entre o regime geral e o de servidores públicos. E defende tirar o trabalhador rural da discussão sobre a mudança da idade mínima para se aposentar.

"Um ponto comum é que ninguém mais esconde a necessidade de uma reforma. Mas as duas candidaturas muito vagas", afirma a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. "O Haddad fala em acabar com os privilégios, mas hoje só pobre se aposenta por idade mínima. O resto aposenta por tempo de contribuição. Do lado do Bolsonaro, também não está clara qual é a proposta. "

Para Gonçalves, a proposta de capitalização defendida por Paulo Guedes, a exemplo do que foi adotado no Chile, implicaria em aumento do gasto público. "É uma fantasia. Tenta-se vender um sonho cuja factibilidade está para ser demonstrada... A Inglaterra está discutindo isso, mas diz publicamente que o Tesouro vai pagar", afirma.

Para o economista, não se trata de uma candidatura nitidamente liberal. "Não se sabe o que é o conteúdo econômico desse programa. O que se sabe é que o lado corporativista do apoio ao Bolsonaro, que é a vida dele até hoje, não tem nada a ver com liberal", afirma.

Schwartsman lembra que o deputado reeleito Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciado como provável futuro ministro da Casa Civil num eventual governo Jair Bolsonaro, já disse que o presidenciável, se eleito, não vai apoiar a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo do presidente Michel Temer, e que já foi bastante desidratada na tramitação no Congresso.

“O que é então [a proposta de Bolsonaro]? Ninguém sabe, ninguém viu. Diga-se de passagem, o Onyx Lorenzoni disse que não existe déficit da Previdência. Existe um nível de ruído que é um pouco grande também nesse tema", afirma Schwartsman.

O economista também critica a abordagem do programa do PT para enfrentar o déficit da Previdência. "O que tem é uma proposta de elevar impostos. Já fizemos isso. Quando se aumenta imposto e não tem teto de gastos, não tem outra forma de conter o gasto obrigatório, você pode até ganhar um fôlego, mas daqui um tempo você vai ter esse mesmo problema se repondo", observa.

Privatizações
No tema privatizações, Haddad fala em suspender a política de venda de "empresas estratégicas". No caso de Bolsonaro, embora seu assessor econômico tenha se declarado a favor de "todas" as estatais, o candidato disse que o setor de geração de energia elétrica será exceção, assim como o “miolo” da Petrobras.

"O diabo mora sempre nos detalhes. E não tem os detalhes. Quer dizer, ele diz que é a favor da privatização, mas nada do que seja estratégico. Então, não se está falando de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal. Pode até ter 140 estatais, mas o que interessa são essas 5. O resto é miudeza", afirma Schwartsman.

A economista Alessandra Ribeiro avalia que a privatização deve caminhar de forma lenta nos próximos anos mesmo num eventual governo Bolsonaro.

"Mesmo num governo do PSL será um processo vagaroso. Precisa de capital político para privatizar. Num eventual governo Bolsonaro, projetamos receitas extraordinárias de R$ 50 bilhões para todo o mandato. Num governo Haddad, será ainda menos ambicioso, até porque não há essa orientação. Não vemos nada muito relevante", afirma.

Impostos
Na área tributária, Bolsonaro tem sinalizado para cortes de impostos. O candidato defende isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 salários mínimos e redução das alíquotas. Já Haddad fala em tributação progressiva, também isentando quem recebe até 5 salário mínimos e maior tributação no andar de cima.

"Eu acho inviável essa isenção dada a situação dramática das contas públicas, mesmo que se tente compensar com alíquota maior em outras faixas", afirma Zeina. "Quem fez os cálculos diz que o custo dessas medidas é bilionário."

Com a gravidade das contas públicas, os economistas também sugerem que os cortes de impostos só sejam realizados depois da aprovação de reformas importantes, como da Previdência.

“Não acredito que aumentar os impostos resolva o problema do país. Agora, imaginar que na situação em que a gente está cortando os impostos a gente vai resolver também é uma ilusão. Tem que trabalhar na questão do gasto. Se conseguir, aí você vai abrir espaço para eventualmente cortar os impostos", diz Schwartsman.

As duas campanhas também prometem uma simplificação tributária com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que seria resultado da união de vários tributos. "Se saísse um IVA seria bom para melhorar a produtividade da economia. O problema é que é bem pouco factível uma reforma tributária deste calibre no próximo governo", diz Alessandra, da Tendências. "Será preciso uma bela articulação política num ambiente de dificuldade fiscal de estados, o que dificulta a aprovação."

Crescimento da economia
Para os economistas também não está claro como os presidenciáveis pretendem garantir a volta dos investimentos e a retomada do crescimento da economia.

"[O programa do PT] Não propõe outra forma de inserção na economia. O que se tem ali é um programa econômico que é a nova matriz econômica [de Dilma]. Em última análise é isso. É a ideia de que se gastar mais miraculosamente esse gasto gera um efeito tão grande que as receitas crescem mais do que os gastos", critica Schwartsman.

Para ele, o programa de Bolsonaro também é igualmente vago e ruim. "É tudo meio obscuro. Não tem carne... É um programa que poderia ter sido elaborado num centro acadêmico", ironiza.

Na avaliação dos economistas, a retomada da economia passa necessariamente pela melhora das contas públicas. "O fiscal é o alicerce para a estabilidade macroeconômica. E não estou vendo políticas para gerar mais crescimento econômico, não vejo coisas concretas sendo propostas", afirma Zeina.

O quadro para a retomada do crescimento é ainda mais complicado por causa da fraqueza dos investimentos públicos. Com a gravidade das contas públicas, o governo tem pouca margem de manobra para incentivar a economia.

"Temos de caminhar para uma agenda de atrair investimento privado tanto doméstico como estrangeiros. Mas não é uma bala de prata que vai resolver isso", diz Zeina.

Gonçalves, do banco Fator, defende algum tipo de flexibilização da regra do teto de gastos para que se tenha alguma folga fiscal para investimentos públicos.

"Sem ter esse investimento andando de alguma maneira, não tem chance de ter nenhuma fagulha que acenda qualquer lanterna no ano que vem. Não adianta falar que o juro vai cair, o juro já caiu. Não adianta falar que a confiança vai melhorar", diz Gonçalves.

Empregos e mercado de trabalho
As duas campanhas têm posições bastante opostas com relação à reforma trabalhista. A equipe econômica de Bolsonaro defende a criação de um carteira de trabalho verde e amarela. Os que optarem por esta carteira terão os termos do contrato individual prevalecendo sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Já a campanha de Haddad defende revogar a nova legislação trabalhista.

Entre os economistas, é consenso que a retomada do emprego só vai se consolidar se a economia brasileira acelerar o crescimento econômico de vez. Para que esse cenário se concretizar, é preciso uma série de medidas pela melhora do ajuste fiscal.

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