Maioria das empresas de serviços espera faturar e empregar mais
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged do Ministério do Trabalho apontou queda de 71,5% no total de criação de vagas entre os dois últimos meses de julho. No período, os Serviços mantiveram-se na sua já tradicional dianteira na geração de empregos, com novas 12 mil vagas.
Pesquisa do Instituto Ipema feita de 15 de julho a 15 de agosto junto a entidades patronais associadas à Central Brasileira do Setor de Serviços-Cebrasse indica que grande parte dos empresários projeta expansão dos negócios no atual semestre, na comparação com os seis últimos meses de 2013.
NÚMEROS POR SEGMENTOS DO SETOR
SOFTWARES - Gerando mais de 120 mil empregos diretos e com faturamento anual em torno de US$20 bilhões, as cerca de 1,6 mil empresas associadas ou conveniadas à Associação Brasileira das Empresas de Softwares - ABES deverão fechar o semestre com o mesmo número de trabalhadores e faturamento maior em 10% ou mais ante o mesmo período de 2013. .
O presidente da ABES Jorge Sukarie ressalta que “incrementos de dois dígitos vêm ocorrendo há uma década na atividade, que tem crescente atuação em todos os setores econômicos”.
CARTÕES DE BENEFÍCIOS PARA TRABALHADORES - Artur Almeida, presidente da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador - Assert, afirma que o segmento terá em torno de 8% de expansão no faturamento, com quadro de funcionários igual ao do ano passado. .
Apesar de reduções de empregos em alguns setores, Almeida diz que a estimativa para as 20 empresas associadas se baseia no crescente aumento registrado pelo índice oficial de empregos com carteira assinada. E destaca que “o recebimento dos benefícios do PAT ainda não é uma realidade para cerca de dois terços dos trabalhadores do país”.
REFEIÇÕES COLETIVAS - Com 80 fornecedoras e prestadoras de serviços de alimentação para coletividades em empresas, órgãos públicos e entidades, a Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas - ABERC também prevê 8% a mais no faturamento, com aumento de 2% no número de trabalhadores.
O diretor superintendente Antonio Guimarães explica que “apesar do aumento nos serviços, os crescimentos anuais no faturamento implicam inclusive a reposição da inflação”.
TRABALHO TEMPORÁRIO E SERVIÇOS ESPECIALIZADOS - O Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceiros e de Trabalho Temporário no Estado de São Paulo - Sindeprestem projeta entre os dois períodos expansão de 4 a 6% no faturamento e também na geração de empregos.
Vander Morales, presidente da entidade, diz que o crescimento apontado pela pesquisa Cebrasse/Ipema é impulsionado pelos serviços especializados, “já que as demandas por trabalhadores temporários neste segundo semestre, principalmente no Natal, deverão crescer em 1,5%, conforme dados da Fecomércio”.
Operam em São Paulo cerca de 680 empresas de trabalho temporário, empregando média mensal de 290 mil trabalhadores/dia. Já na atividade de serviços especializados (consultoria em Recursos Humanos, bombeiro civil, logística, leitura e entrega de documentos, controle de acesso, promoção e merchandising, serviços a bancos e estágios) são cerca de 9,3 mil empresas com cerca de 825 mil trabalhadores especializados, por mês.
CONTROLE DE PRAGAS URBANAS – Aproximadamente três mil pessoas trabalham nas 200 empresas ligadas à Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas do Estado de São Paulo - Aprag, que apostam em faturar no atual semestre média de 5% a mais, e aumentar em 2% o número e funcionários, em comparação com esse período de 2013.
De acordo com a presidente da associação, Paula Hara, a estiagem no estado tem criado condições favoráveis ao crescimento de infestações por mosquitos, pernilongos, baratas e roedores, aumentando o número de contratações das empresas especializadas e regulamentadas - as únicas legalmente habilitadas para atuar nesse mercado.
SERVIÇOS DE SOLO NOS AEROPORTOS - Abastecimento de água e serviços de bordo, limpeza de banheiros e retirada de bagagens das aeronaves são demandas que deverão crescer 5% no faturamento, com 3% a mais no número de trabalhadores.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo - Sineata, Ricardo Scalise, diz que a execução das demandas deverá se expandir nesses patamares por causa do incremento da aviação e das recentes obras de infraestrutura nos aeroportos. No ano passado, o segmento movimentou recursos de R$ 3,12 bilhões.
ESCOLAS PARTICULARES - A Federação Nacional das Escolas Particulares - Fenep prevê na comparação entre os dois semestres aumentos de 3% no faturamento e na contratação de funcionários. O país tem hoje cerca de 41 mil estabelecimentos particulares de ensino, que empregam em torno de 1,4 milhão de pessoas.
ASSEIO E CONSERVAÇÃO - Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os sindicatos empresariais do segmento projetam equidade em torno de 2% no aumento do faturamento e no número de trabalhadores.
Aldo de Ávila Junior, diretor financeiro do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado de São Paulo - SEAC/SP, explica que mais esse percentual de dinheiro nos caixas não significa crescimento dos negócios porque o índice apontado decorrerá de ajustes já previstos na efetivação dos contratos, quando já são previstos os acordos em convenção coletiva da classe laboral da atividade. Para manter o equilíbrio contratual, os valores constam das planilhas de custos da época das contratações.
BARES E RESTAURANTES - Na comparação entre o último semestre de 2013 e o do corrente ano, estabelecimentos paulistas esperam crescer em 2% no faturamento e também na contratação de funcionários, de acordo com Percival Maricato, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Abrasel/SP.
Altos preços da alimentação fora do lar causados por frequentes aumentos nos preços de bebidas e alimentos e custos elevados da folha de pagamento, impostos e outras despesas que os empresários precisam repassar aos clientes são alguns dos fatores que impedem maior crescimento dos negócios, avalia Maricato.
FACTORING - Manter o mesmo faturamento e mesmo número de empregados do último semestre de 2013 é a expectativa das sociedades de Fomento Mercantil e Factoring associadas ao sindicato paulista - Sinfac/SP.
O presidente da entidade Hamilton de Brito Junior vê essa estagnação como consequência do baixo crescimento econômico aliado à alta inflação e ao endividamento das empresas.
FATURAMENTO MENOR E MENOS EMPREGOS
SEGURANÇA PRIVADA - Quedas no faturamento e na geração de empregos são projetadas para as cerca de 160 associadas ao Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo - Sesvesp, presidido por João Palhuca.
Regulamentada pela Polícia Federal, a atividade deve ser exercida apenas por empresas especializadas, que têm encontrado dificuldades para equilibrar os custos - notadamente diante da determinação legal do adicional de periculosidade de 30% sobre os salários dos vigilantes, que desde o final de 2013 faz a folha de pagamento pesar mais ainda sobre o caixa das empresas.
Tais valores impactam fortemente os custos, levando à revisão na composição das planilhas e, consequentemente, ao corte de contratos por muitos dos tomadores desse serviço. “Portanto, temos tido supressão nas demandas das empresas sérias do nosso segmento, enquanto cresce a informalidade”, lamenta Palhuca.
ESTACIONAMENTOS - O Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo - Sindepark/SP não estima o faturamento para até o final do ano, mas também aponta queda na criação de vagas. A entidade reúne 60 empresas que operam aproximadamente 1,5 mil estacionamentos com cerca de 19 mil funcionários.
ELEIÇÕES E ÍNDICES DE CONFIANÇA NO MERCADO E NO BRASIL
Sucessão presidencial - Para 35% dos prestadores de serviços, os resultados das eleições de outubro deverão refletir positivamente em suas atividades. Mesmo percentual dos entrevistados não soube avaliar a questão e apenas 10% veem na sucessão um quadro negativo para os negócios. Outros trinta e cinco por cento não souberam responder; e para 20% deles não haverá influência.
Confiança Empresarial no Setor - Metade dos entrevistados declara estar totalmente pessimista. Trinta e cinco por cento estão confiantes e apenas 5% se mostram totalmente confiantes. O restante declara indiferença com a situação.
Confiança Empresaria no Brasil - Sessenta e cinco por cento dos entrevistados estão pessimista quanto aos rumos empresariais do país. Trinta e cinco por cento estão confiantes - o mesmo índice apontado em relação à confiança no seu próprio setor.
Fonte: Uol